Como Mãe atenta e preocupada e que se interessa principalmente com o bem estar físico e psíquico dos meus filhos e com o futuro deles, não posso ficar calada com o que se passa nesta escola.
Desde que o meu filho mais velho veio para esta Escola que tudo mudou na nossa vida para pior. Desde o início do ano lectivo que os problemas começaram. Primeiro foram os pequenos roubos de material que lhe tiravam de dentro da mochila, inclusive na sala de aula, roubo do lanche que levava de casa (tinha que ter muito cuidado com o que mandava para o lanche, se não fosse pão com manteiga era imediatamente roubado).
Depois passou para "pequenas" agressões que nunca são pequenas, um murro aqui, um pontapé ali. Até que um dia foi amarrado no recreio por 5 ciganos a uma árvore, com uma corda apertada à barriga. Quanto mais o André (o meu filho) chorava mais o apertavam e magoavam. Ficou nessa situação bastante tempo, uma vez que tocou para a entrada e depois de todos estarem dentro da sal de aula, ninguém deu por falta dele (uma vez que a professora faltou e o André teve que ir para outra sala), o que não justifica a outra professora, uma vez que fica responsável por todos os alunos que tem na sala.
Só se aperceberam da situação porque o melhor amigo dele passado um tempo deu pela sua falta e foi procurá-lo. Pelo que me conta o André, uma das funcionárias apercebeu-se da situação.
Uma pergunta eu faço: Porque é que ninguém me contou o que se estava a passar, sabendo da situação?
Só descobri três semanas mais tarde, quando depois de perceber em casa que a criança não andava bem, que tinha atitudes estranhas. Um dia consegui que ele desabafasse porque já não aguentava mais.
Ele não me contava porque estava ameaçado que se contasse aos Pais, eles levavam facas e que lhe voltavam a fazer mal.
Nova pergunta: Quando fomos à Escola expor a situação, porque é que os agressores não foram punidos, uma vez que o André sabia quem eram?
Tentaram enganar-nos dizendo que tinha havido algumas situações, mas que as coisas iriam ser diferentes. Diferentes em quê? Tudo está na mesma, ou pior, uma vez que as situações repetem-se e quem sofre são as crianças.
Quando as crianças tentam pedir ajuda às funcionárias, como no caso do meu filho, ainda dizem que eles são queixinhas e que resolvam sozinhos.
Depois de um ano lectivo em que o André teve de resolver todos os problemas e conflitos sozinho, entrou num estado de grande tristeza e sem vontade para nada, passando os 2 meses de férias de Verão sempre em pânico a contar os dias que faltam para começar as aulas.
Começou o ano lectivo presente, novos problemas surgiram. Dentro da própria sala de aula tinha três ciganos que o perseguiam (a palavra é essa mesmo). Cada dia era pior que o outro. O mais velho deles tem 14 anos no 2º ano de escolaridade (o que é impensável) fazia-lhe a vida negra.
O André (7 anos) começou a ter problemas sérios em ir à Escola. Aos poucos foi deixando de ir, porque o que sentia era demasiado forte e na Escola podia ficar duas horas aos gritos que ninguém queria saber se ele tinha medo ou não.
Também ninguém se importava se ele ia às aulas ou se ficava em casa com medo.
A "facada" final foi quando depois de eu tentar tudo para conseguir mudá-lo de Escola e ver que sozinha , sem a ajuda da professora (que neste caso também é a Directora da Escola) não o conseguiria. O André numa tentativa desesperada para que o ajudassem, foi à porta da sala da professora e a chorar implorava quase de joelhos e dizia: "Professora, por favor, ajuda-me a mudar de Escola, eu quero sair daqui".
Como resposta da Directora/Professora, ao ver o André em pânico, foi um simples seco e frio: "Eu não posso fazer nada, os teus Pais é que têm que arranjar uma Escola".
Quando mais precisava de carinho e apoio levou com uma "facada" nas costas, foi o fim e percebi que realmente estava sozinha numa situação da qual não tive a mínima culpa e que puseram toda a responsabilidade em mim para lhe arranjar uma escola, quando o ano lectivo já tinha começado e não havia vagas em nenhum lado. Fui a todas as portas possíveis e percebi que eu como Mãe não tinha nenhuma força, mas várias pessoas foram claras ao dizer que bastava a Directora descrever a situação a qualquer Escola, ou um simples telefonema a relatar a situação e a transferência tinha sido conseguida.
Toda esta situação foi passada dentro da escola, nos recreios da Escola e inclusive na sala de aula, pelo que a Directora tem toda a responsabilidade de ajudar uma criança cujo mal-estar físico e emocional foi causado dentro da Escola.
Pela urgência da situação e porque a criança estava a ficar num estado de profunda depressão em que o simples acto de sair à rua o assustava, com medo de tudo e de todos e mais grave com ideias suicidas e desejo de morrer, eu consegui graças à boa vontade da Directora de um Colégio Particular matricular o meu filho nesse colégio, porque era urgente ele voltar ao contacto com a Escola, professores e alunos, antes que fosse tarde demais.
Porque eu tenho que alterar toda a minha vida familiar e ter de pagar um colégio privado, quando as pessoas que lhe fizeram mal continuam lá e são tratadas com festas na cabeça para evitar complicações?
O meu filho saiu, mas a mágoa e as consequências que essa Escola lhe trouxe a ele e a toda a família ficam marcadas para uma vida.
Resta acrescentar que a partir do momento em que a situação do meus filho começou a ser falada, foram várias as Mães que vieram ter comigo e contaram diversas situações de violência e maus tratos que também tinham acontecido com os seus filhos.
Resta pensar que a continuar assim, estão a formar adultos conflituosos e agressivos (uma vez que a convivência com a agressividade gera comportamentos agressivos).
Que futuro é o dos nosso filhos?
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