sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Avaliação de Desempenho? - Não obrigada!

Já alguém parou para pensar nas consequências de uma avaliação?

“Portugal assumiu uma posição de vanguarda, comparativamente ao resto da Europa, relativamente à abolição da pena de morte. Portugal foi, de facto, o primeiro país a adoptá- la sob a forma de lei na Reforma Penal de 1867, recebendo aplausos entusiastas de importantes figuras europeias (infopedia, 2010)”.

Posso citar o meu caso pessoal, conheço-o, amargamente, bem de perto. Mas haverá outros quiçá ainda mais graves. Tenho comigo toda a documentação do processo:
• As avaliações
• Os recursos
• O veredicto
Sinto na pele, todos os dias, a chicotada de ter que me levantar às 6 da manhã. Correr para um relógio de ponto que não desculpa um minuto sequer de atraso. Tudo isto para mais uma bolsa! E depois da bolsa?
Do alto dos meus 44 anos sinto-me cansada, tenho consciência que “companheiros de humanidade” sofrem, por vezes em silêncio, ainda mais do que eu.
Que devo fazer?
Tento compreender aqueles que acham, que a avaliação é a solução para todos os problemas, uma espécie de crença ou de Fé um desejo insaciável de à viva força meter toda a gente na ordem. Será que sou eu que estou cega? Será que esses que defendem a avaliação estariam dispostos a sujeitar-se? A começar tudo de novo?
Eu tinha aquilo que sempre sonhei uma casa em Lisboa, a Escola para os meus filhos ao virar da esquina e de repente tive que recomeçar, perder muito do que tinha ganho a pulso.
O que menos estranhei, para dizer a verdade, foi ter perdido o grau de Doutor ou de Engenheiro. Agora ninguém me trata assim. Finalmente! Foi como se a importância das habilitações académicas que detenho ficasse manchada por desempenhar um cargo “inferior”. Lamento que os rótulos tenham assim tanta importância, não pelo título, mas pelo que isso possa significar para os outros.
E se um dia aqueles que me avaliaram descobrirem que erraram? Vão-me pedir desculpa, como já o fizeram no passado? Quando omitiram a minha contribuição num certo projecto. Talvez não chegue….

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