segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Relógio de Ponto

Era uma vez um Continente, dentro do Continente havia uma Península, dentro da Península havia um País, dentro do País havia uma Instituição, dentro da Instituição havia um Relógio de Ponto, operários e Chefes. Um dia os Chefes acordaram mal dispostos e decidiram que assim não podia ser. Os operários só pensavam em picar o ponto, concentravam-se à saída da Instituição, onde estava o Relógio de Ponto, para marcar logo que a hora de saída chegasse. Dava muito mau aspecto a quem vinha de fora. Tinham que tomar medidas. Resolveram então colocar o Relógio de Ponto num sítio mais discreto onde não desse tanto nas vistas. Os Chefes não quiseram ver o óbvio. Se houvesse objectivos comuns a cumprir, trabalho para fazer, a ânsia de picar o ponto seria substituida pela preocupação de concretizar as tarefas da equipa, lutar pela camisola. Porém os Chefes tinham que ser chefes em vários sítios, não tinham que picar o ponto e também não tinham que dar nem procurar explicações. Agora, os operários fazem parte do Quadro de Supranumerários da Função Pública. Os Chefes foram chefiar outra Instituição. As Instituições estão a abarrotar de Chefes. Um País com tanto Chefe e tão mal governado! Só ficou mesmo o Relógio de Ponto num sítio mais discreto para não dar tanto nas vistas.

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