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O eleitor poderá tirar do poder um governo que não lhe agrade e pôr outro no seu lugar mas o seu voto não teve, não tem, nem nunca terá qualquer efeito visível sobre a única e real função que governa o mundo, e portanto o seu país e a sua pessoa, refiro-me obviamente ao poder económico, em particular a parte dele, sempre em aumento, gerido pelas empresas multinacionais de acordo com estratégias de domínio que nada têm a ver com aquele bem comum a que, por definição, a democracia aspira.
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Que fazer? Da literatura à ecologia, da fuga das galáxias ao efeito de estufa, do tratamento do lixo às congestões de tráfego tudo se discute.....,é urgente, antes que se torne demasido tarde, promover um debate mundial sobre a democracia e as causas da sua decadência, sobre a intervenção dos cidadãos na vida política e social, sobre a relação entre os Estados e o poder económico e financeiro mundial.[Texto Integral]
José Saramago
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